

As gravuras shunga eram executadas e comercializadas quer isoladamente, quer em livros contendo doze imagens, denominados enpon, quer ainda em rolos, esta última forma a mais rara e também a mais cara. Os temas retratados eram variados e, por vezes, surpreendentes, uma vez que os japoneses possuíam preferências sexuais também variadas; a maior parte dos desenhos representava contudo cenas heterossexuais que podiam ir do simples amor sensual até à mais refinada pornografia. Curiosamente, devido à nudez não ter conotações eróticas no Japão, as figuras encontravam-se quase totalmente vestidas e revelavam somente os órgãos sexuais, exagerados em tamanho.

Até os maiores artistas da gravura tradicional japonesa se dedicaram a este gênero, à época considerado menor, tendo o cuidado de conservar o anonimato de modo a não prejudicar as suas carreiras "sérias". Nomes como Utamaro, Hokusai, Hiroshige e, sobretudo, Kunisada executaram bastantes desenhos e contribuíram para elevar a sua qualidade estética. As gravuras shunga chegaram a atingir preços elevados e os artistas, trabalhando para empresários do ramo, faziam bom dinheiro. As autoridades fizeram diversas tentativas para limitar ou mesmo banir este género, todas sem sucesso: a arte shunga continuou a florescer. Hoje em dia permanece sob a forma de mangás.

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