"Existe um espaço entre o tesão e o descontrole onde se misturam loucura e sonho... É neste espaço que quero me perder com você... Élfica"

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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Desejo intenso de Tuas mãos encontrarem minha pele...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

merecidas férias...


Élfica em férias...
logo volto com mais conteúdos interessantes...

Beijos mágicos a quem por aqui passear...

este Jardim está sempre aberto a quem vier com a alma descalça...

NAMASTE

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Desejos da Élfica II...



Sempre que a penumbra da noite vai chegando na minha sala e eu evito acender a luz... gosto quando você entra, me olha e em seguida mira o centro do chão como se apontando o lugar em que eu devo estar... nua, me deito neste único pedaço de luz refletida da janela, olhos fechados e respiro apenas o suficiente pra não mover meu tórax... você observa, aguarda-me esfriar o corpo - a tinta não gosta de pele quente -, e sei que você está lentamente pincelando no ar as letras até formar palavras... um ensaio.
Sinto os pêlos macios e gelados do pincel encostar em minha pele eriçada, adornando-me com tuas fantasias, seus desejos, suas humilhações intercaladas com carimbos dos teus dentes e o branco de tua seiva... como amo esses momentos em que meu corpo serve de teu livro de cabeceira... amo suavemente ser escrava desse prazer tão impar e tão inexplicável, meu e teu prazer...


Apenas uma lembrança e um dos meus segredados desejos... Élfica...






Imagens recolhidas na net, do filme The Pillow Book (O livro de Cabeceira), de Peter Greenaway... vale assistir e digerir...




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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Libertação...

Imagem: Henry Fuseli



... e então ela soltou um grito de libertação...

Libertação de todos os tabus, carapaças e conceitos...
tornara-se,
naquele momento,
verdadeiramente uma fêmea, uma cadela...
tudo num só grito...

Élfica

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Existe um espaço entre o tesão e o descontrole onde se misturam loucura e sonho... É neste espaço em que quero me perder com você...

Élfica



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Dias há... de Alma Welt


Dias há em que não caibo em minha pele
E preciso correr como uma louca
Arrancando-me as roupas e a touca
E não podendo suportar que alguém me rele.

Rolo pelo chão, alguém me ajude!
Mas não me toquem, não me posso controlar,
Mas eu peço: não peçam que eu mude,
É necessário apenas me amarrar.

Depois não parem, eu ali, de me olhar
E deixem-me assim por uma hora,
Somente isso irá me apaziguar.

E no final, se me virem ensopada
Escorrendo pelas pernas como agora,
Por mais um mês ficarei bem comportada.





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domingo, 4 de janeiro de 2009

O Professor Filósofo - Marquês de Sade

De todas as ciências que se inculca na cabeça de uma criança quando se trabalha em sua educação, os mistérios dos cristianismo, ainda que uma das mais sublimes matérias dessa educação, sem dúvida não são, entretanto, aquelas que se introjetam com mais facilidade no seu jovem espírito. Persuadir, por exemplo, um jovem de catorze ou quinze anos de que Deus pai e Deus filho são apenas um, de que o filho é consubstancial com respeito ao pai e que pai o é com respeito ao filho, etc., tudo isso, por mais necessário à felicidade da vida, é, contudo, mais difícil de fazer entender do que a álgebra, e quando queremos obter êxito, somos obrigados a empregar certos procedimentos físicos, certas explicações concretas que, por mais que desproporcionais, facultam, todavia, a um jovem, compreensão do objeto misterioso.
Ninguém estava mais profundamente afeito a esse método do que o abade Du Parquet, preceptor do jovem conde de Nerceuil, de mais ou menos quinze anos e com o mais belo rosto que é possível ver.
- Senhor abade, - dizia diariamente o pequeno conde a seu professor - na verdade, a consubstanciação é algo que está além das minhas forças; é-me absolutamente impossível compreender que duas pessoas possam formar uma só: explicai-me esse mistério, rogo-vos, ou pelo menos colocai-o a meu alcance.
O honesto abade, orgulhoso de obter êxito em sua educação, contente de poder proporcionar ao aluno tudo o que poderia fazer dele, um dia, uma pessoa de bem, imaginou um meio bastante agradável de dirimir as dificuldades que embaraçavam o conde, e esse meio, tomado à natureza, devia necessariamente surtir efeito. Mandou que buscassem em sua casa uma jovem de treze a catorze anos, e, tendo instruído bem a mimosa, fez com que se unisse a seu jovem aluno.
- Pois bem, - disse-lhe o abade - agora, meu amigo, concebas o mistério da consubstanciação: compreendes com menos dificuldade que é possível que duas pessoas constituam uma só?
- Oh! meu Deus, sim, senhor abade, - diz o encantador energúmeno - agora compreendo tudo com uma facilidade surpreendente; não me admira esse mistério constituir, segundo se diz, toda a alegria das pessoas celestiais, pois é bem agradável quando se é dois a divertir-se em fazer um só.
Dias depois , o pequeno conde pediu ao professor que lhe desse outra aula, porque, conforme afirmava, algo havia ainda “no mistério” que ele não compreendia muito bem, e que só poderia ser explicado celebrando-o uma vez mais, assim como já o fizera. O complacente abade, a quem tal cena diverte tanto quanto a seu aluno, manda trazer de volta a jovem, e a lição recomeça, mas desta vez, o abade particularmente emocionado com a deliciosa visão que lhe apresentava o belo pequeno Nerceuil consubstanciando-se com a sua companheira, não pôde evitar colocar-se como o terceiro na explicação da parábola evangélica, e as belezas por que suas mãos haviam de deslizar acabaram inflamando-o totalmente.
- Parece-me que vai demasiado rápido, - diz Du Parquet, agarrando os quadris do pequeno conde - muita elasticidade nos movimentos, de onde resulta que a conjunção, não sendo mais tão íntima, apresenta bem menos a imagem do mistério que se procura aqui demonstrar… Se fixássemos, sim… dessa maneira, - diz o velhaco, devolvendo a seu aluno o que este empresta à jovem.
- Ah! Oh! meu Deus, o senhor me faz mal - diz o jovem - mas essa cerimônia parece-me inútil; o que ela me acrescenta com relação ao mistério?
- Por Deus! - diz o abade, balbuciando de prazer - não vês, caro amigo, que te ensino tudo ao mesmo tempo? É a trindade, meu filho… é a trindade que hoje te explico; mais cinco ou seis lições iguais a esta e serás doutor na Sorbonne.


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Inspiração, por Célia Musilli




Acordei com o bico dos seios
Já despertos
himalaias
sem neves eternas,
pelo contrário,
peritos morenos
em pleno degelo,
duas dunas calientes,
retesadas e famélicas
por teus dentes.

Sonhei contigo