
"Existe um espaço entre o tesão e o descontrole onde se misturam loucura e sonho... É neste espaço que quero me perder com você... Élfica"
domingo, 27 de abril de 2008
Amor I...
O Gozo En-Cena: Sobre o Masoquismo e a Mulher

O gozo feminino não porta nenhum saber, porque escapa, também, ao domínio do corpo. Uma mulher o experimenta e pouco pode dizer sobre ele, por estar mais próxima ao real. São as mulheres que lembram aos homens que os semblantes fálicos, com os quais eles se enganam, pouco valem comparados com o real do gozo. Um homem pode ser uma devastação para uma mulher, por convocá-la ao real do sexo, ou seja, ao que está além da castração.
Ne me quitte pas (Jacques Brel)

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit deja
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'apres ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te racont'rai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
À te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Descobrindo Masoch...

Propondo uma leitura crítica e uma clínica de Sade e de Masoch, Deleuze fala de suas originalidades artísticas e dos mecanismos próprios dos desvios por eles descritos e deles emprestados pela psicanálise, livrando-os do título "pornográficos", o que eles fazem na verdade seria "pornologia" já que em seus textos a linguagem erótica "não se deixa reduzir às funções elementares de comando e de descrição".
Em Sade o raciocínio é uma violência, e os violentos são rigorosos, serenos e calmos; o sádico é demonstrativo, impessoal. Deleuze fala do "espinosismo de Sade", no seu espírito matemático característico de seu naturalismo e mecanicismo, de sua razão demonstrativa. Já Masoch, em sua imaginação dialética, seria platônico.
A possessão é a loucura do sadismo, e para isso precisa das instituições, enquanto o masoquista precisa das relações contratuais para sua loucura própria, o pacto. Tal pacto é necessário para a vítima que busca seu carrasco, ela precisa convencê-lo, persuadi-lo e formá-lo, fazer com ele um acordo, uma aliança, e é a vítima que fala através de seu carrasco, que na verdade nada mais faz do que aquilo que a vítima deseja.
As "revelações" de Freud sobre o papel dos pais na formação sexual até hoje me parecem um pouco chocantes, é difícil encarar certas coisas, e é aí que o texto de Deleuze fica mais interessante ainda, na análise psicanalítica do sadismo e do masoquismo. É pela união sodomita com o pai que as heroínas sádicas se formam, numa união contra a mãe, no masoquismo, ao contrário, quem é negado é o pai, quando o masoquista apanha não é o pai que bate e sim é o que há de pai nele que é surrado e assim anulado.
Como sempre nos textos de Deleuze a conclusão é brilhante, ele enumera onze pontos que resumem seu ensaio e que, de alguma forma, provam o "monstro semiológico" que é o sadomasoquismo. O sétimo diferencia o estetismo de Masoch do antiestetismo de Sade e o nono ponto, sobre a psicanálise, deixa claro que o que triunfa no sadismo é o superego e a identificação, enquanto no masoquismo é o ego e a idealização. No último ponto Deleuze retoma o que crê ser a diferença mais radical entre os dois, a apatia sádica e a frieza masoquista.
Por mais que eu escrevesse, um blog não é necessariamente o local ideal para fazer uma dissertação sobre o texto, que realmente merece mais e melhores palavras, mas fica mais como um lembrete para quem possa ler e para mim mesma da qualidade do ensaio de Deleuze, e do chamado que ele nos faz para que nos voltemos aos escritos dos dois autores.
*Escolhi a imagem acima para abrir o texto porque o episódio de Judite decapitando Holofernes não saía da minha cabeça - que ironia - enquanto lia Masoch.
"(...)pode-se sempre falar da violência e da crueldade na vida sexual; pode-se sempre mostrar que essa violência ou essa crueldade se combinam com a sexualidade de diversas maneiras; pode-se sempre inventar os meios de passar de uma combinação para outra." (Deleuze, Gilles Apresentação de Sacher-Masoch, trad. José Bastos, p.140)
sábado, 26 de abril de 2008
a quem for, um dia, O Mestre de mim...

eu amo Você assim...
Sonho...
Sem você...

sexta-feira, 25 de abril de 2008
O meu amor...

O meu amor tem um jeito manso que é só seu e que me deixa louca quando me beija a boca
lapidação...
Ele admira aquela pedra bruta que Ele nem sabia até que ponto poderia ser lapidada... se seria um belo Diamante, uma jóia rara ou uma jóia menos valiosa, ou se pouco passaria de seu estado e pedra bruta, e Ele ali... vê o belo trabalho que fez... suspira com um singelo sorriso nos lábios e sente Seu coração bater forte... e satisfeito, toma aquela menina nos braços enxuga-lhe as lágrimas da face e depois de um longo beijo ele diz: “há mais menina... há sempre mais” Entre todas essas coisas, TOP molda essa criatura ajoelhada a Seus pés de forma que ela se torne única e especial, para que um dia então, ele possa dizer: ”essa é minha menina, a pedra bruta que transformei em diamante” (texto de mircala)